domingo, 16 de dezembro de 2012

ILUSTRAÇÃO: A Caixa de Ferramentas

Trabalhando com as diferenças!


Contam que numa carpintaria, quando todo o trabalho havia acabado, as ferramentas começaram a conversar entre si e criaram uma estranha assembleia.
Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças, elas discutiam para saber qual delas era a mais importante para o carpinteiro.
Um martelo logo exerceu a presidência e começou:
- Eu sou eu o mais importante para o carpinteiro. Sem mim os móveis não ficarão em pé, pois sou eu quem martelo os pregos!
Mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar. A causa? Fazia demasiado barulho e além do mais passava todo o tempo golpeando.
O serrote logo quis dar a sua opinião:
– Você martelo? Você não pode ser! Seu barulho é horrível! É ensurdecedor ficar ouvindo toc, toc, toc… O mais importante sou eu, o serrote! Sem mim, como o carpinteiro serra a madeira? Eu sou o melhor!
O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a expulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em atritos.
- Não, não, não! – Falou a Lixa – Eu sim sou a melhor! Se não fosse eu os móveis não seriam tão lisinhos e perfeitos! Eu sou a mais importante!
Mas no final a lixa acatou a ponderação, com a condição de que se expulsasse o metro que sempre media os outros segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
- Ah! Não! Que absurdo! disse o metro.
- Eu sou o mais importante! Sem mim os móveis ficariam tortos! O carpinteiro nem saberia a medida. Eu sou o mais importante!
- Ah! Mas não é mesmo, disse a plaina.
- Sou eu quem deixa tudo retinho e tiro as imperfeições da madeira. Eu sim sou a indispensável…
- Tsc, tsc, tsc… Nada disso, disse a chave de fenda
- Se não fosse eu, como o carpinteiro iria apertar os parafusos? Eu sim sou a melhor!
As ferramentas ficaram discutindo até o dia amanhecer…
Logo cedo o carpinteiro chegou para trabalhar, colocou sobre a mesa a planta de um móvel, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o martelo, o parafuso, o serrote, a lixa, o metro, a plaina e a chave de fenda.
Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
O carpinteiro usou todas as ferramentas. Usou o serrote, o martelo, o esquadro, a lixa, a plaina, os pregos, o martelo, a chave de fenda, a cola e o verniz para deixar o móvel brilhando…
Enfim ele acabou. Chegou o fim do dia e o carpinteiro estava feliz com o que tinha feito! Seu trabalho com as ferramentas tinha ficado ótimo!
O carpinteiro foi para casa.
Quando a carpintaria ficou novamente em silêncio as ferramentas retomaram a assembleia reativando a discussão.
Só que agora elas ficaram admirando o que tinham feito todas juntas com o carpinteiro.
Sabe o que elas fizeram? Um altar de igreja! E tinha ficado lindo!
Elas chegaram a uma conclusão: Todas eram importantes aos olhos do carpinteiro. Ele usou todas! Sem exceção de nenhuma! E o móvel tinha ficado lindo!
Elas descobriram que quando todas trabalham juntas tudo anda melhor!
Foi então que o serrote tomou a palavra e disse:
-“Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentremo-nos em nossos pontos fortes.”
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato. Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade.
Sentiram alegria pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos.
Basta observar e comprovar.
Quando uma pessoa busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa; ao contrário, quando se busca com sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo.
Mas encontrar qualidades… Isto é para os sábios!

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